quinta-feira, 21/11/2024

21/11/2024

Wal Barbosa, a jornalista que enxerga a comunicação como missão

Por coincidência ou destino, nasci na década de 90, junto com a chegada da internet no Brasil, e especificamente no dia 16 de fevereiro, data em que é celebrada o dia do repórter. Meu sonho pela área da comunicação começou cedo, aos oito anos de idade, quando decidi que queria me tornar escritora.

Nesta época eu lia muitos livros, de qualquer segmento. Certo dia, estava em uma palestra voltada para adultos, e a palestrante lançou a pergunta: “Quantas vezes o nosso coração bate por dia?”, como a plateia manteve o silêncio… “Mais de cem mil vezes por dia!”, respondi.  Ao indagarem como eu sabia daquela informação, mencionei a leitura que havia feito de um livro de ciências.

Período escolar

Aos 10 anos, tive uma redação premiada na escola e me tornei a oradora da turma. “leia o texto, mas também olhe para frente”, assim ensinou minha mãe, Nilza das Graças Pereira Barbosa, que pode estudar somente até a 5ª série do ensino fundamental.

Vivenciei uma forte gagueira; cada vez que iria fazer uma apresentação, as palavras demoravam para sair, depois fluíam. Sofria até mesmo para pedir uma xícara de açúcar emprestada na vizinha para minha mãe. Que tortura quando as pessoas diziam: “Começa de novo, porque eu não entendi nada!”

Quando cheguei ao ensino médio, a gagueira havia desaparecido, sem tratamento médico, e minha comunicação tornou-se reconhecida no colégio; sempre elaborava textos e falava nos eventos especiais. Aos 16 anos, dei a minha primeira palestra, e de lá para cá, não parei mais.

As conquistas que tive desde à infância, sempre foram maiores do que minhas dificuldades. Quem conhece de perto o meu passado, afirma que minha vivência não foi nada fácil. Minha mãe sempre foi bastante dura, do tipo que não sorri ou dá bom dia quando acorda. Recebi seus cuidados maternos até os 12 anos, passada esta idade, tinha que me virar para tudo.

Meu pai nunca me assumiu, e com 14 anos tive que morar sozinha. Depois, a família maravilhosa do meu cunhado, Selmo João de Oliveira, casado com minha irmã, Eliane Barbosa de Oliveira, me acolheram para viver com eles. Contudo, vejo que todos esses episódios aconteceram, para que eu me tornasse a pessoa que precisaria ser no futuro.

Jornalismo

Com 17 anos, decidi que queria ser jornalista. Fui julgada como audaciosa demais. “Quanto maior o sonho, grande também é o tombo […] É preciso ter dinheiro; tem que atender o padrão de beleza”. É! Eu ouvia essas coisas. Por confiar em um Ser Superior e propósito maior para esta vida, percorri 300 quilômetros para prestar o vestibular na capital de São Paulo. Fui aprovada e ainda consegui 75% de bolsa para me graduar no sistema de internato. As pessoas que, outrora, hesitavam por minha decisão, passaram a comemorar comigo, e sabiam que os próximos anos, seriam os melhores da minha vida. E de fato foram.

Filhos

Realizei meu sonho de casar e ser mãe. Desejei uma família grande e unida, por isso, me planejei para ter os filhos, um atrás do outro. Foram três gestações, sendo a última gravidez gemelar, tal como pedi a Deus em oração. “Assim paro a vida uma vez só, e depois volto a trabalhar e estudar”, imaginava. Tal o pensamento, assim fora a manifestação.

Namorei apenas uma vez e tive um único casamento. Embora eu o pai dos meus filhos vivamos separados, somos bem unidos e temos uma boa comunicação por causa da criação deles. Ele é um bom pai e os pequenos o adoram. Por acreditar na minha capacidade e profissionalismo, cuida das crianças para que eu trabalhe, leva e traz da escola. Eu abri mão de receber pensão e assumi o protagonismo financeiro da família.

Realização

Posso dizer que realizei 85% dos sonhos que tive na vida, e trabalho para concretizar os outros 15%. Além do jornalismo, fui estudar letras e pedagogia. Atualmente, curso análise corporal e pós-graduação. Sou jornalista também no setor público e idealizadora do Portal Tudo de Bom Cascavel, uma ideia que levou mais de um ano para ser desenvolvida. Com muito carinho e cuidado, escrevo as histórias, notícias e artigos, além de criar slogans e direcionar conteúdo para as redes sociais.